A oficina teve o objetivo de ser "uma sessão ativa para explorar perspectivas e experiências do norte e sul do mundo, com o objetivo de ter um ambiente colaborativo, comparativo, situando a discussão sobre as conexões entre participação e planejamento".
A participação de pesquisadores de vários países como Tianyu Zhu, Melanie Lombard, Huzsan Alwaer, Raphael Sedlitsky Suzan Broownill , todos autores de artigos nas revistas ‘Outlooks on Participating’ e ‘Realizing Participation’, examinaram práticas de participação pública e governança no planejamento urbano com justiça e democracia.
Prof. Lucy Natarajan coordenando o Workshop "People, Plans and Places" no DPU/University College of London, 2/out/2019 |
Pensei que esse registro é importante porque as questões levantadas pelos "oficineiros" são aquelas que afligem a maioria dos planejadores urbanos sejam profissionais, acadêmicos ou ainda as lideranças populares que atuam junto às comunidades tentando requalificar bairros, praças e habitações.
- Quais são os tipos importantes de relacionamento em termos de participação?
- Pensando nas estruturas e instituições de planejamento e criação de lugares, que tipo de relacionamento é capaz de desafiar os desequilíbrios de poder?
- Que efeitos isso tem na maneira como o poder é espalhado/distribuído entre cidadãos e outras pessoas no planejamento e na construção de lugares?
- Quais são as implicações para o ambiente físico e natural?
São questões importantes e que podem ser levantadas nas experiências brasileiras na atualidade e que acredito que estão na ordem do dia no momento que parecem se esgotar algumas formas de abordagem do trabalho técnico engajado da Universidade.
Penso que a Universidade enfrenta enorme desconfiança e desânimo dos grupos onde atua, que cobram o reconhecimento de seus próprios saberes nas relações de planejamento de seu território, e desconfiam da presença e possibilidades de resultados efetivos da pesquisa acadêmica nas comunidades.
Essa desconfiança vem do fato de que, para muitos, a Universidade transforma o espaço urbano e as pessoas em um ambiente de experimentação e, após a realização de pesquisas e levantamentos de dados, voltam-se para dentro das salas de aula e usam o produto do relacionamento unicamente com fins acadêmicos sem consequências para a transformação e melhorias do lugar.
Não está na hora da universidade repensar a ideia de cidade como laboratório?
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