Foi lançado em setembro de 2021 o livro "Novos campi brasileiros: processos e impactos", co-organizados por mim e pela Arq. Elaine Saraiva Calderari da Universidade Federal de Uberlândia.
Conforme informa sua sinopse, na Biblioteca da Universidade de Brasília (UNB), onde está a disposição para ser baixado:
'Novos campi universitários brasileiros: processos e impactos', é uma coletânea de estudos que envolve pesquisas sobre nove universidades federais criadas ou expandidas no período de 2004 a 2014. Ele é fruto da reunião de 26 autores (professores, pesquisadores e gestores) atuantes nessas instituições que se dispuseram a trazer à luz aspectos dos processos de implantação que tiveram como propulsor o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Os casos reportados nesse livro se debruçaram sobre o impacto político físico, econômico, social e ambiental no meio em que se implantaram (cidades e regiões), buscando narrar os contextos, os processos e os primeiros resultados desse grande movimento de expansão e interiorização da educação superior brasileira nesse período".
O livro conta com o prefácio de Clare Melhuish, coordenadora do Urban Laboratory da University College London, com quem esse autor teve a oportunidade de desenvolver a pesquisa pós-doutoral em 2019.
O importantíssimo capítulo de introdução escrito por Elaine Saraiva Calderari, chamado: Potencialidades e perspectivas referentes à dimensão socioespacial dos espaços universitários no Brasil" nos oferece um retrospecto da implantação de campi universitários no nosso país desde o surgimento dos primeiros cursos de educação superior até os nossos dias, em que vimos o vultoso crescimento e interiorização das universidades no contexto do REUNI. Importante para quem quer estudar esse assunto.
Nesse livro, além do capítulo de apresentação, participo em coautoria do capítulo relativo à Universidade Federal do ABC, e sou autor do capítulo referente à UFSB.
Com o título: UFSB: a universidade da/na Mata Atlântica eu relato a criação da UFSB e me detenho na análise do implantação definitiva do Campus Jorge Amado em Ilhéus, em terreno cedido pela CEPLAC e de cujo projeto arquitetônico e urbanístico fui um dos criadores, tendo me afastado no período do desenvolvimento do projeto executivo em 2016.
Ali eu narro o processo de elaboração do projeto do campus, amplamente divulgado pela UFSB como exemplo de sustentabilidade, mas exponho algumas contradições que precisam ser analisadas.
São questões relacionadas à opção de localização do campus em área distante tanto da área urbanizada de Itabuna quanto de Ilhéus. Aponto que:
Os campi universitários implantados em zonas remotas e distantes das áreas centrais das cidades contribuem não somente para piorar os indicadores de sustentabilidade (pegada ecológica individual, coletiva e institucional), mas também para emitir um sinal contrário aos agentes públicos e à sociedade, pois contribuem para a segregação socioespacial, a desigualdade em todos os modos de representação e afastam a possibilidade do sentimento de pertencimento da sociedade em relação à universidade. Logo, um equipamento público do porte de uma universidade traz enorme potencial para contribuir ou mesmo conduzir processos de reabilitação urbana e do meio ambiente nas cidades. (FELIPE, 2021, p. 326)
A leitura do capítulo que versa sobre a UFSB e as demais universidades (UFABC, UFU, UnB, UFSCar, UFPi, Unila, Unilab, Unifesp) trarão muitos elementos que devem atender ao objetivo do livro que era servir de referência para gestores universitários, servidores, estudantes, gestores públicos municipais.
De circulação gratuita, oferece reflexões também para outros atores que lidam com a complexidade de instalação em seus territórios, cotidianos e sonhos de uma universidade com sua representação física maior, o campus universitário.
Todos podem baixar gratuitamente no link: DOI para acesso ao livro
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